Serão necessários pelo menos 15 anos para que a matriz do transporte de carga deixe de ser predominantemente rodoviária. A afirmação foi feita pelo professor titular da Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz" (Esalq), da Universidade de São Paulo (USP), José Vicente Caixeta, durante a 8ª edição do Encontro de Logística e Transportes da Fiesp – Federação das Indústrias do Estado de São Paulo. Apesar disso, o Brasil está defasado em disponibilidade de rodovias. Estudo da Fiesp aponta que o país oferece quase 50% menos de recursos que as regiões líderes em logística no mundo.
De acordo com o levantamento, para cada 10 mil habitantes, o Brasil oferece 2,53 quilômetros de rodovias. Os que lideram o ranking do Índice Comparado de Desempenho de Infraestrutura de Transporte, no entanto, oferecem 4,78 quilômetros por 10 mil habitantes. Isso significa que a oferta brasileira de rodovias (municipais, estaduais e federais) necessita de ampliação da ordem de 53% se desejamos equiparar a perfomance do país aos líderes em logística.
Tratando especificamente do transporte de carga, José Vicente Caixeta ressalta que é impossível alimentar a ilusão de que, da noite para o dia, o Brasil passe a contar com ferrovias, hidrovias ou qualquer outro tipo de via de escoamento. Isso porque não há um planejamento integrado. E, para ilustrar, pontua como exemplos dos trajetos mais longos de transportes feitos por caminhões (em casos de commodities agrícolas):
- o arroz, que percorre quase 3.600 km de Bagé (RS) até Recife (PE)
- a soja, que percorre quase 3.300km de Campo Novo (RS) para Porto Velho (RO)
- o milho, que percorre quase 2.050 km de Nova Mutum (MT) para Maraú (RS)
Mais emplacamentos
No mês de abril, o número de emplacamentos de caminhões registrou um aumento de 13,84%, quando comparado com o desempenho de março. Nesse período, no Brasil, foram licenciadas 14.052 novas unidades. O aumento é ainda mais significativo se comparamos com o mesmo mês do ano anterior. Em 2012, foram emplacadas 10.845 unidades, confirmando um crescimento de 29,57%.
Os dados são da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave). Ainda conforme o levantamento, os resultados foram positivos para quase todos os segmentos automotivos, de veículos comerciais leves e automóveis a ônibus e implementos rodoviários. O crescimento foi ascendente tanto para abril de 2013 como no acumulado do ano.