A alta no preço dos combustíveis deve impactar todo o setor de transporte, tanto de cargas como de logística, e também de passageiros. Os índices, que foram autorizados pelo Governo Federal e estão em vigor desde finais de janeiro, são de 6,4% para a gasolina e de 5,4% para o diesel. Eles afetam os preços nas refinarias de petróleo, sendo que o reajuste final nas bombas pode variar.
De acordo com especialistas e analistas econômicos, a alta da gasolina nos postos deverá ficar entre 4% e 5,3%. Dependendo da localidade, os preços finais podem sofrer aumento ainda mais substancial. O mesmo acontecerá com o diesel. O Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis de Mato Grosso (Sindipetróleo) de Mato Grosso, por exemplo, prevê que uma subida entre 3% e 5%.
Independente do Estado, a concorrência entre postos será um fator importante na hora de amenizar o impacto do aumento. E esse pode não ser o único reajuste do ano, já que o Ministério da Fazenda admitiu que as mudanças nos preços dos combustíveis devem ser mais frequentes, a fim de acompanhar com mais agilidade a cotação internacional do petróleo.
Por uma questão de lógica, o frete rodoviário também subirá, já que o valor do diesel é responsável por cerca de 40% do preço cobrado pelo setor. A tendência é que as transportadoras, diante de um cenário de alta demanda por combustíveis, repassem 100% do aumento dos combustíveis aos produtos e serviços. Entretanto, estudiosos da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) alertam que o repasse deve acontecer ao longo do ano e sem muito efeito para o consumidor.
Isso porque o início do ano coincide com vários gastos, como IPVA, seguros e o próprio impacto do rejuste da gasolina na rotina familiar. Uma subida visível no preço do frete, por exemplo, poderia acarretar uma redução nos serviços realizados, prejuízo mais significativo que assumir uma parte substancial do aumento no diesel.